Como anuncia o título, A plasmogenia e a síntese conceitual e artificial do protoplasma apresenta as características epistemológicas e históricas de uma ciência cuja principal tarefa foi compreender o protoplasma através de sua gênese artificial. Tal ciência da síntese do plasma orgânico foi criada, desenvolvida e difundida pelo cientista mexicano Alfonso Luis Herrera (1868 – 1943) que, na virada dos séculos XIX e XX, tornou-se um centro catalisador e distribuidor de conceitos biológicos fundamentais. Para entender a importância das ideias, temas e problemas plasmogenéticos, o projeto que o sustenta é situado no interior de uma cultura científica morfológica cuja principal tarefa seria enfrentar o enigma das origens remota e atual das formas orgânicas. Encarar esse enigma significa entrar em um labirinto morfogênico munido da ideia de um protoplasma como uma forma plástica heterogênea cujo estado de diferenciação mais simples é o de um vibrosoma ou corpo elementar no qual a forma e a vibração quase se equivalem.