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Há mais de 150 anos uma bailarina da Ópera de Paris posava para um quadro cujo destino seria, desde então, causar furor, tanto nos salões nos quais seria exposto, como nas páginas de facebook, onde é censurado até hoje. O quadro, A origem do mundo, de Gustave Courbet. A bailarina, Constance Quéniaux. O motivo de tanta exaltação, a representação do torso, ventre e vulva da menina Quéniaux, como a chamará Alexandre Dumas Filho numa carta, embora a modelo já passasse dos trinta anos. Apesar de desde os gregos, pelo menos, a anatomia masculina seja representada em traços realistas, a mulher, seu corpo, sua existência ainda causam espanto, revolta, “sensação”.
Tomando de empréstimo esse mote, Matheus Arcaro apresenta essa nova A origem do Mundo, reunião de dezessete contos que gravitam em torno do feminino, desde sua experiência e percepção próprias da vida até as violências cotidianas que sofre por ser essa pedra de escândalo desde Eva. Dezessete contos com nomes de mulher, em que a divindade ganha vulva e útero, e, por que não?, uma vida comezinha. Mas, para além disso e do acidental da existência de cada uma das personagens, essas histórias retratam também suas insubmissões e insurgências. Exemplo disso é a Vênus de Milo que, ganhando voz e consciência de si, conta a espantosa história de mulheres silenciadas e de como perde seus dois braços, em uma fábula deliciosa que une roubo intelectual, violência simbólica e Sir Isaac Newton. A voz de Vênus repercutindo no espaço sempre em contenda do museu, lembra que a história é, no mais das vezes, a versão do vencedor, mas isso não invalida a outra dobra do tecido. Do mesmo modo, a carta que Capitu endereça a Bento Santiago, uma Capitu senhora de si, compreendendo o Casmurro e sua doença pelas luzes lançadas por Freud naquele intrépido século XIX, reescreve sua história.
Dureza e esperança marcam esses contos, que são escritos numa pena tão fluida quanto lúcida, uma escrita atenta aos movimentos do mundo. Matheus Arcaro, a quem conheci pelo excelente Violetas Velhas e Outras Flores, reafirma com esse novo livro, sua escrita fulgurante e comovente. (Micheliny Verunschk, Prêmio Jabuti, Prêmio São Paulo de Literatura)
Nome
A ORIGEM DO MUNDO
CodBarra
9786558644873
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
01/01/2023
Páginas
130
Peso
260,00
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