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Este livro dá voz àqueles que, apesar de reclusos nos guetos e prisioneiros nos campos de concentração, resistiram à violência nazista. Através do imenso repertório analisado pela autora, fica evidente que - em situações de crises emocional e física - a música emergiu como instrumento de enfrentamento, alimentando sonhos de liberdade e de uma vida regada com amor.
Enquanto prisioneiros condenados à morte por sua raça, ideologia e/ou religião, milhares de judeus foram obrigados a cavar fundo em suas almas em busca de inspiração para conseguir criar e interpretar em meio a uma catástrofe. O alto potencial terapêutico da música interferiu, certamente, no comportamento dos prisioneiros condenados ao extermínio. As músicas, lembradas e/ou cantadas, alimentaram as memórias de situações passadas e, ao deixarem seus registros, garantiram a construção de novas memórias. Alguns conseguiram transformar o pulsar de seus corações machucados em armas de protesto mantendo uma espécie de baixo continuum. Tentando dizer o que não poderia ser dito, marcaram o ritmo de suas canções nas pautas do absurdo inspirando-se na realidade nua e crua de um genocídio.
São cantigas que falam da vida e da morte, de fome e da doença, da dor e da angústia, da vergonha e da humilhação. Com sensibilidade e pesquisa sistemática, a autora revela um repertório infinito de composições expressivas dos dramas daqueles que estavam à beira do abismo e do suicídio. Demonstra com maestria como os compositores e intérpretes dessas músicas transformaram seus barracões em salas improvisadas de concertos clandestinos e as ruas dos guetos em palcos para as suas apresentações públicas. Simbolicamente deram odes à vida diante da morte iminente, sussurrando cantigas e dizendo poemas ao vento.
Poesia, música e teatro anestesiaram as suas dores, mas não curaram as feridas que ainda permanecem profundas. Mas, de alguma forma, os ajudaram a respirar em um ambiente pérfido, desumano, surreal. Se para alguns a música era entretenimento, para outros traduzia-se em alimento para a vida. Enquanto os nazistas se valiam da música como instrumento de doutrinação, lazer e sedução, os prisioneiros serviam-se do canto e da poesia como calmante para suas dores.
É essa linguagem musical produzida durante o Holocausto que Silvia Lerner traz até nós como legado. Cabe ao leitor descobrir, nas linhas e entrelinhas, o significado do “cantar” à beira de um precipício ou de murmurar o kadish por uma criança não nascida cuja mãe foi aterrada em uma vala de cadáveres. Daí a autora tratar este corpus documental como testemunho da insanidade nazista produzida em tempos cruéis, tempos sombrios. Cada estrofe, vinda de quem veio, nos ensina a não desistir. Recorrente é a frase do poema Zog mit keynmol, posteriormente adaptado à melodia russa escrita em 1935 que deu origem ao hino dos partisans: “Não diga nunca que este é o último caminho”.
Nome
A MUSICA COMO MEMORIA DE UM DRAMA: O HOLOCAUSTO
CodBarra
9788576174486
Segmento
Humanidades
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
Páginas
224
Peso
270,00
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