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Engraçado pensar que a voz (de mulher) que nos fala neste livro afirme não ser capaz de sustentar um olhar ou, ainda, que teme abraçar. Encaradas e entrelaçares são comuns nos versos de Beatriz. A poesia escrita por (e para) mulheres, em geral, sempre pareceu me prender, primeiro com os braços, depois, de página em página, com as pernas, até estar completamente envolta em meu corpo.
Ao som de Beatles, às vezes apenas de George Harrison, ou um solo de trompete, entre sombras e luzes neon, em estrofes com cheiro de alfazema, manjericão e Dior, falando em línguas: assim é que vão se esvaindo os suspiros da leitora e do leitor que não tiver inspirado profundamente antes de folhear este livro pequeno, este livro grande, este livro mutante.
Sumindo o ar, parece que diminuo eu. Tão grande que era, me peguei diminuindo, feito Alice; feito também o Coelho, com pressa. De tão pequenina, de repente era infante, filhote, bicho diminuto, bicha diminuta.
Tudo isso entre Isadoras, Giulias, Francines. Às vezes Giovanas. Sempre Beatriz.
Audre Lorde dizia que, para ela, escrever um bom poema não era diferente de se esfregar, até o amanhecer, na mulher que se ama. Acho que ambas as atividades suscitam suspiros, ainda que silenciosos, ainda que desajeitados. Ainda que, esporadicamente, o abraço afrouxe, a boa poesia aperta o corpo até deixar sem fôlego. A mulher grande levou de mim uma quantidade absurda de oxigênio e de tamanho, afinal, Beatriz, você sabe o que fazer enquanto te leio.
Meu peito é errante e não cabe no mar
nem na capa de um livro
Quem sou eu então, para tentar fazer caber todo um livro numa orelha? Tento, porque teimo, mas sei que a falha é inevitável. Assim como é fatal e iminente as transmutações inerentes às páginas d’ A mulher grande. Mas não creia em tudo que diz a autora (no fim, toda poeta é uma fingidora): O abraço não é frouxo, nem é breve a encarada e, se os dedos são inseguros, não os foram no traçar das palavras. O conselho final para quem deseja presenciar o tamanho desta mulher aumentando, verso a verso, é: respire tudo que couber no seu pulmão e peito.
Thalita Coelho
Nome
A MULHER GRANDE
CodBarra
9786587938141
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
05/07/2021
Páginas
54
Peso
108,00
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