Nesta fascinante e instigante obra, que em tudo se assemelha a um romance, Robert Morris consegue nos contar a história da água que bebemos. Epidemias já assolaram cidades, países e continentes em tempos passados e em tempos presentes. A invisibilidade do abastecimento de água, no mundo moderno, nos encoraja à tranquilidade, como algo que sempre existirá e será seguro. Será? É esse alerta que o autor, com seus conhecimentos de especialista na área da saúde e da água potável, tenta passar ao leitor.
Além do mais, a história contada neste livro nos leva a conhecer o pensamento da medicina, suas crenças e mitos no século XIX, em plena era da Revolução Industrial, e nos apresenta a tenacidade e a capacidade científica de John Snow, que vivenciou nas cidades a situação de miséria, sujeira e promiscuidade a que estava submetida a população trabalhadora.

Snow viu suas observações criteriosas, no tocante à água contaminada, serem submetidas não apenas ao pensamento médico utilitarista de que as doenças que afligiam a classe
trabalhadora eram um grande obstáculo à eficiência da nação como aos intricados meandros da vaidade humana. A água contaminada já matou milhões de pessoas.
Esta obra segue como um rio que nos vai levando a conhecer o invisível mundo da água – que corre nos canos, por baixo das ruas –, levando-nos a refletir sobre a água potável, essencial para saciar uma das principais necessidades humanas, a sede.Um leitura que nos faz navegar em águas poluídas, contaminadas, tornando-nos conscientes de que a água que bebemos tanto pode ser a que sacia a sede como a que mata. E será essa consciência que fará com que a sociedade e os governos despertem para a necessidade de tornar visível o que ocorre com os cuidados e o tratamento da água que bebemos.