"As páginas que se seguem representam uma tentativa de compreender são João da Cruz na unidade da sua personalidade, tal como se manifesta em sua vida e obra. Esta conceituação é orientada por um prisma que facilita a emergência dessa unidade. Não se trata, por conseguinte, de apresentar uma biografia ou uma descrição doutrinária completa. Os fatos de sua vida, bem como de seus escritos, hão de ser consultados para chegarmos exatamente a essa unidade. Os depoimentos serão citados literalmente e, em seguida, interpretados. A interpretação, por sua vez, testemunha o que a autora julga ter compreendido das leis que regem a existência e a vida espiritual, após prolongados estudos sobre o assunto. Isso vale, sobretudo, no que respeita ao Espírito, à Fé e à Contemplação, tratados em diversos lugares, como por exemplo em "A alma no reito do espírito e dos espíritos". O que aí é dito sobre o "eu, a liberdade e a pessoa" não provém dos escritos do Pai. Nestes encontramos apenas alguns indícios. Ora, tratar desses assuntos não foi sua intenção, nem corresponde a seu modo de pensar. A elaboração de uma filosofia da pessoa, da qual há somente indícios em trechos indicados, constitui tarefa da moderna filosofia [...]." (trecho do prefácio).