A Sucuri chegou à aldeia e encantou a meninada com uma conversa mole cheia de brincadeiras e invencionices. Nem de longe desconfiaram dos seus planos malignos. Aos poucos, a grande cobra conquistou a confiança de todos os curumins e os convidou para um passeio divertido. Foi uma alegria só andar pela mata no dorso da Sucuri, primeiro devagar, depois com mais ligeireza, enfim em desenfreada corrida. Então bateu o medo, e os gritos de emoção viraram pedidos de socorro. Mas a cobra era esperta e transformou a gritaria em canto de passarinho. E assim, sem obstáculos nem problemas, o réptil encantado sumiu com a garotada mergulhando numa lagoa profunda.

Entretido numa caçada, Acanai só ficou sabendo do seqüestro quando retornou à aldeia. O jovem guerreiro, triste ao perceber que não havia mais meninos com quem conversar ou brincar, tomou uma importante decisão: resgatar os amigos índios do esconderijo da Sucuri. Uma missão cheia de aventuras, perigos, descobertas e mistérios. Acanai terá de provar a si mesmo que tem força, grandeza, maturidade e sabedoria.

As belas ilustrações de Ciça Fittipaldi lembram pinturas rupestres. São como registros pré-históricos da jornada do jovem curumim, feitos muito antes de o homem branco desbravar as terras brasileiras. Dessa forma, além de uma narrativa textual, a epopéia de Acanai é gráfica e ilustrada, lindamente pictórica.