Em A Árvore Da Cigana, Alicia Dujovne Ortiz - autora de Eva Perón, a madona dos descamisados, também publicado pela Record e sucesso editorial em mais de 18 países - recorre à memória de sua família e às próprias recordações para traçar um arquétipo étnico da Argentina. Acostumada a retratar gente famosa (também é sua a biografia do craque Maradona), Alicia revela seus próprios antepassados, judeus e italianos, em relatos fantásticos e nem sempre felizes. Fábula e verdade numa história autobiográfica, que reconstrói as relações familiares da escritora.

Num exílio auto-imposto em Paris, nascido do difícil período da ditadura militar, Alicia tem planos de voltar à Argentina, país onde nasceu e que sabe retratar como poucos. A Árvore Da Cigana acompanha a formação de um povo. Traz a as vívidas aventuras dos imigrantes - judeus da Rússia, marinheiros genoveses nas caravelas de Colombo, espanhóis de Toledo e conquistadores portugueses - cujos descendentes chegaram à Bacia do Prata e estabeleceram-se. Famílias que povoaram o país desde os tempos de colônia até os dias de hoje. Entre um e outro episódio dessas famílias lendárias, se mistura a genealogia da autora. Os capítulos alternam as dificuldades de Alicia, tanto na Argentina quanto na França, nas décadas de 1970 e 1980. Partindo das próprias memórias, Alicia entrelaça sua vida familiar à conturbada cena política da Argentina sob o jugo militar. Suas sucessivas experiências de viagens e despedidas. Novos começos e novas nostalgias. As andanças de alguns personagens dessa árvore mítica, metade história, metade lenda familiar. Ao falar de sua primeira partida, Alicia Dujovne Ortiz ressalta um particular traço de afinidade entre o escritor e o imigrante: "O imigrante leva na mala o essencial e, ao definir o essencial, descobre o tom do relato futuro. Igual ao novelista ao escrever suas primeiras linhas."

A partir de sua própria biografia e do relato da vida de seus antepassados, a escritora construiu um rico painel histórico. Talvez o livro mais significativo para se entender o período mais recente da história Argentina. Uma novela de grande atualidade, onde convivem personagens célebres e seres anônimos, judeus e católicos, amores apaixonados e loucuras sublimes, criteriosa reconstituição de época e um notável lirismo.

"Uma qualidade notável do estilo de Alicia Dujovne Ortiz é a riqueza de associações e metáforas, o descobrimento do maravilhoso." - La Nación
"Um afresco histórico que abarca dos tempos coloniais à atualidade sob uma emoção genuinamente feminina." - Ámbito Financiero