A Revolução Constitucionalista de 1932 colocou São Paulo como o protagonista da política brasileira que, já tinha sido profundamente transformada e influenciada pela Semana de Arte Moderna de 1922, pelo Movimento Tenentista em 1924 e pela Revolução de 1930.

Alavancada pela ideia de um novo arranjo constitucional, prometido e não cumprido por Getúlio Vargas, a revolução acabou colocando frente a frente nos campos de batalha, os mais diversos ideais políticos por ela despertados e, por alguns, por vezes traídos. Pôs também, lado a lado, paixões e ideais que não levaram em conta as posições políticas e as distinções sociais estabelecidas naquela época. São Paulo transformava-se em metrópole, industrializava-se rapidamente e participavam dessa transformação brasileiros de todos os cantos e imigrantes europeus das mais diversas nacionalidades, que vinham em busca de melhores condições de vida. Transportados pelas ferrovias aos limites de São Paulo com Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso, os combatentes paulistas (militares ou voluntários) enfrentaram bravamente as tropas federais, mesmo diante da falta de comida, armamento e munição.

"1932 – Corações Partidos" retrata São Paulo da garoa fina e fria ao entardecer, do bonde passando pelas casas de chá no centro da capital e as fazendas de café do interior, símbolo maior da economia de São Paulo e do país naquele período. Romance e história que uniram operários dos bairros da Mooca e do Ipiranga aos "barões do café" em suas mansões imponentes na Avenida Paulista, em uma luta cívica que deixou marcas indeléveis até hoje inscritas no ideário político do povo brasileiro.